Preste a completar 30 anos, a TV Cultura, em parceria com a Oreo, promoveu o reencontro do elenco de Castelo Rá-Tim-Bum no último sábado (25) às 22h, após a exibição do Jornal da Cultura. O especial está disponível também na internet, no canal do YouTube da marca de bolachas.
Com formato semelhante a Friends: The Reunion, com cenários que reproduzem o programa dos anos 90 e roteiro improvisado, o especial foi comandado por Cao Hamburger, criador e diretor da série, e o elenco Cassio Scapin (Nino), Rosi Campos (Morgana), Cinthya Rachel (Biba), Fredy Állan (Zequinha) e os personagens coadjuvantes como Angela Dippe (Penélope), Eduardo Silva (Bongo), Patricia Gaspar (Caipora) e Pascoal da Conceição (Dr. Abobrinha). Além deles, foi apresentado os atores que deram as vozes aos fantoches como Fernando Gomes (Gato/ Relógio), Alvaro Peterson (Celeste/ Godofredo) e Enrico Verta (Mau).
Os atores e produção falaram sobre como foi feita a criação e a ideia do interior do castelo ser única e cativante para o público. Cao disse que, na época, queria transformar o cenário de forma “misteriosa e alegre“, fugindo do esteriótipo de bruxa e mágica que tinha. “[O castelo é] uma reserva humanista no meio de uma cidade cinza e violenta“; define o criador.
Cassio, o Nino, revela que, apesar de ser o mais velho do grupo, ele era quem mais atazanava o trio. “Eu tive que fazer um revertério para recuperar a minha infância e fiquei mais infernal que eles porque, o único jeito de eu me sentir integrado com eles, era que eu fosse tão infernal quanto eles e o perturbassem para que saíssem da zona de conforto“.
Cinthya, a Biba do programa, concorda e acha que, em meio aos cenários lúdicos e a própria temática, era inevitável que os mais velhos voltasse à infância. “Acho que todos os adultos viraram criança e tinha muito dessa coisa lúdica”; disse.
Dentre os episódios mais marcantes, Rosi, quem fez Morgana, lembra quando gravaram no zoológico e, na época, Castelo Rá-Tim-Bum não foi lançado e gerou muitos olhares das pessoas. “A gente foi gravar esse episódio antes de o programa ir ao ar, então as pessoas olhavam para a gente tipo ‘quem é esse pessoal de roupa colorida e toda maquiada?‘”; conta a atriz.
Dilma Souza Campos, uma das dançarinas do quadro “Que Som é Esse?”, diz que muitas cenas e ideias foram de improviso. “As pessoas acham que a gente chegou lá e tava tudo pronto, mas o ovo do cenário, por exemplo, tava fechado e a gente inventou de entrar nele na hora.“
Mesmo com as brincadeiras e aventuras mágicas, o programa da Cultura foi relevante ao inspirar seus fãs, tanto que, após três décadas, Castelo Rá-Tim-Bum é lembrado até os dias atuais. “A maneira como a gente ensinava no Castelo era muito divertida, você falar de um mesmo assunto de várias maneiras diferentes enriquece muito uma aula“; disse Rosi sobre a forma didática que sua bruxa falava sobre os acontecimentos históricos.
Os atores contam como, ao longo dos anos, ouviram de espectadores que escolheram profissões por conta do programa. Conforme fala Ciça Meirelles, outra dançarina que fazia o passarinho. “Muita gente me disse que fez faculdade de música por conta das passarinhas“.
Outra que ouviu diversos relatos foi a atriz Angela, que deu vida a Penélope, a “profissional da comunicação” segundo o seu jingle, e inspirou diversas jornalistas. “Muitas moças me encontram e falam: ‘Virei jornalista por conta da Penélope’ e a gente vê como é importante o programa infantil”; disse Angela.
Fonte: Omelete