CAROL NAKAMURA FALA SOBRE DECISÃO DO FILHO ADOTIVO DE MORAR COM A MÃE BIOLÓGICA

Nos stories mais recentes em seu perfil do Instagram, ela pede que parem de julgar o garoto e diz que apenas está triste por ele ter ido embora.

Em uma série de publicações feita em seu perfil do Instagram, a atriz Carol Nakamura falou sobre a decisão do filho adotivo de pedir para morar com a mãe biológica.

Nos stories mais recentes publicados no Instagram, ela conta como conheceu o menino, que tinha nove anos na época e hoje está para completar 12, e depois defende a escolha feita pela criança: “Não critiquem o Wallace em hipótese alguma, independente de ele estar morando comigo ou não, ele continua sendo meu filho, na minha cabeça, no meu coração”.

“Ele é pré-adolescente que não teve educação, não teve regra na infância dele. Então, é óbvio que não se acostumou com isso. Então, por favor, não julguem nunca, em possibilidade alguma, a atitude dele.”

Carol deu a declaração depois de ter falado sobre o caso nesta terça-feira (31), também na rede social (leia mais abaixo nesta reportagem). Ela também conta como decidiu, há três anos, levar Wallace para sua casa para que ele pudesse frequentar a escola.

Nas mensagens seguintes, ela afirmou que defende a adoção de crianças e que sua opinião não mudou após a sua recente experiência.

“Adoção é um ato de amor, de carinho, de empatia, de compaixão, de solidariedade, de Deus. Adoção é a coisa melhor que pode acontecer na vida, independente da parte que for difícil, entendeu? O fato de o Wallace ter escolhido ir embora não quer dizer que eu me arrependa, só quer dizer que eu estou triste. Só isso, mais nada. Nunca me arrependi.”

“É a vontade dele, ‘Zezinho’ vai fazer 12 anos, ficou três anos, morou, sempre foi muito amado, e ele tem consciência disso, mas ele quis ir para a casa da mãe dele, porque, gente, olha só, primeiro que ele tem uma mãe biológica, depois que, uma criança que cresce, que nasce e cresce, sem regra, é muito difícil.”

Pelos stories, Carol conta que conheceu Wallace durante uma ação social que fazia no lixão de Gramacho, na região metropolitana do Rio de Janeiro, há três anos. Ao descobrir que ele, então com 9 anos, nunca tinha ido à escola, pediu permissão para a avó do garoto (na época, a mãe não estava presente) se poderia levá-lo para sua casa para que pudesse estudar.

Segundo a atriz, a responsável concordou desde que ele a visitasse regularmente. Carol conta que as visitas aconteciam, inclusive quando a mãe biológica do menino reapareceu.

Nestas idas e vindas, a atriz diz que Wallace tinha entendido que Carol estava com a guarda provisória vencida e só tinha a promessa de uma guarda permanente, que nunca foi concluída. Segundo ela, o garoto começou a pedir para ir para a casa da mãe toda vez que era repreendido, e quando estava lá, por período de quinze dias, não ia à escola.

“O Wallace estava safado, não tem outra palavra para dizer por que ele já tinha entendido que eu não tinha a guarda dele. Então, se a gente brigasse ou colocasse de castigo por alguma coisa que ele fez de errado, ou chamasse atenção, ele queria ir para a casa da mãe. Chegava na casa da mãe, se a mãe fizesse o mesmo, ele queria voltar para cá, e nisso ele ia faltando na aula. Ele estava, não tem outra palavra, sem vergonha. E ele tinha que tomar uma decisão.”

A atriz conta que foi pega de surpresa pela decisão, já que o garoto demostrava amor pela família adotiva e sempre tiveram espaço aberto para o diálogo. “Sou uma pessoa que não tem babá, eu sempre cuidei do Wallace, eu lavo a roupa do Wallace, ensino dever de casa, o Guilherme [marido de Nakamura] levava na escola. Somos pais mesmo”, diz no story.

“Mas minha guarda provisória acabou, então, tive que respeitar a vontade dele.”

Ela conta que hoje tem notícias do garoto e ele está bem e feliz, mas que, para falar com ele, precisa conversar com uma lista de pessoas, além da mãe biológica, como o namorado e a sogra da mulher, e os vizinhos.

“Eu tentei buscar uma explicação por que ele queria morar com a mãe biológica e ele me falou várias vezes, na minha cara. Porque lá ele solta pipa, ele anda descalço, ele não tem hora para dormir, ele toma banho quando ele quer, então assim, para uma criança, isso é um paraíso.”

Na madrugada desta quarta-feira (1º), depois da repercussão do caso, Carol pediu para que as pessoas não julgassem o garoto e afirma que é totalmente a favor da adoção.

“O Wallace hoje sabe ler, sabe escrever, o Wallace é inteligente, o Wallace tem um super potencial. É frustrante não morar mais com o Wallace, sim, é frustrante, porém, é muito gratificante uma criança que chegou na minha casa sem saber ler, sem saber escrever, não estava falando corretamente, hoje sabe ler, sabe escrever, está na escola.”

“Ou seja, claro que valeu a pena. Se eu tivesse que vir ao mundo de novo, faria tudo igual, não mudaria absolutamente nada.”

Ela ainda defende a escolha do garoto de morar com a mãe. “Eu falei com ele, com a mãe dele, e ela é super grata, graças a Deus. Ela reconhece todas as coisas, então, por favor, não julguem, isso é chato, é bobo. Incomoda.”

Fonte: G1

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